Resenha: "Estilhaça-me" - Tahereh Mafi


Uma sinopse de arrepiar, uma contracapa de conquistar e um título de arrasar. Infelizmente, “Estilhaça-me” fica só nisso. Uma promessa mal cumprida, uma propaganda incrível de algo ruim.  De cara, as semelhanças com Jogos Vorazes [Suzanne Collins] e Destino [Ally Condie] são perceptíveis. Sociedade futurista, miserável, comandada por pessoas não tão boas e aquele bla bla bla todo.
A historia gira em torno de Juliette, a garota que tem o poder de ao tocar alguém, matar. De inicio, a confusão mental de Juliette é muito bem retratada por Tahereh Mafi, que utiliza artifícios matemáticos e a repetição de palavras para mostrar tudo isso. O risco em cima das palavras que a personagem falava e não dizia também eram muito bons, mas sumiram com o desenrolar da historia.
O que acontece? Juliette fica nas mãos do “Restabelecimento”, a nova organização da sociedade, sob o comando de Warner, cujo personagem poderia ter sido muito mais participativo, já que Mafi dá margem para uma historia de criação comovente, em relação aos pais dele, algo que ele terá em comum com Juliette.
Para salvá-la do Restabelecimento existe Adam, um militar que acredita que Juliette não é uma pessoa ruim e faz de tudo para ajudá-la. Não preciso dizer que o romance se desenvolve aí, certo?  Logo Juliette passa por uma transformação mental e você consegue perceber gradativamente a personagem dela se livrando de um peso imenso de seu passado  - você terá de ler para descobrir o que aconteceu – e percebendo que ela pode, sim, ser uma pessoa normal.
Em certo ponto, você conhecerá o fofo James [que deveria ter aparecido mais] e muito rapidamente você será levado para capítulos inexplicavelmente parecem com X-Men. Isso mesmo, as comparações não podem deixar de existir, porque as referencias estão ao longo do livro inteiro. Lendo, é impossível não pensar “acho que já li isso antes”.
Entretanto, apesar de todas essas criticas, o mundo da literatura foi agraciado com mais uma heroína, mais um mocinho guerreiro e bons artifícios com relação ao texto, seja riscado, seja repetitivo ou de outras formas. Isso serviu para que o leitor entendesse o que se passava com a narradora.
Para “Estilhaça-me” de Tahereh Mafi, publicado no Brasil pela Novo Conceito, dou 2 pipocas!



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